Vestígios de Portugal
O Forte de Santa Cruz de Itamaracá, popularmente referido como Forte Orange
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A região Nordeste do Brasil, no século XVII, protagonizou um período de intensa atividade comercial, envolvendo sobretudo o açúcar, e também intensas contendas e conflitos armados. Isso aconteceu, sobretudo, porque, a partir da década de 1630, a então Capitania do Pernambuco foi dominada pelos holandeses, no episódio conhecido como "Invasões Holandesas".
Os holandeses estabeleceram-se aqui e em outras colônias de Portugal, como as que ficavam na Costa Oeste da África, porque esses locais, nessa época, estavam sob o domínio espanhol (a Espanha era rival econômica, política e religiosa da Holanda), haja vista que havia ocorrido a União Ibérica (união dos tronos português e espanhol) em 1580.
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História
Antecedentes: o forte neerlandês
Foi iniciado, a partir de maio de 1631, como uma fortificação de campanha, por forças neerlandesas,[2] sob o comando de Steyn Callenfels, tendo recebido a denominação de Forte Orange, em homenagem à Casa de Orange-Nassau, que então governava os Países Baixos. O objetivo era a conquista da Vila da Conceição, atual Vila Velha,[3] então defendida pelas forças de Salvador Pinheiro.
Forte de Santa Cruz de Itamaracá: vista do interior.Parte externa da edificação.
Em faxina e taipa, ficou guarnecido por um destacamento de 366 homens sob o comando do capitão polonês Crestofle d'Artischau Arciszewski. Este efetivo resistiu ao ataque das forças portuguesas sob o comando do conde de Bagnoli que, afinal derrotado (1632), retirou-se abandonando a sua artilharia: quatro peças de bronze trazidas do Arraial Velho do Bom Jesus. Após essa conquista (1633), o forte foi reparado e ampliado, sob o comando de Sigismund van Schoppe.[4]
Sobre esta estrutura, Maurício de Nassau reportou:
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O forte português
Canhões no Forte de Santa Cruz de Itamaracá.
Após a capitulação holandesa em Recife (1654), o forte foi abandonado e subsequentemente ocupado pelas forças portuguesas sob o comando do Coronel Francisco de Figueiroa.[11] Sobre a sua estrutura, a engenharia militar portuguesa ergueu o atual forte, sob a invocação da Santa Cruz: o Forte de Santa Cruz de Itamaracá.
Apesar de sofrer reparos nos anos de 1696 - quando sua guarnição se compunha de um Sargento-mor, um Capitão, um Tenente, um Sargento, um Condestável, e duas companhias dos Terços do Recife, estando artilhado com vinte e cinco peças dos calibres de 20 a 12[12] -, e de 1777, em 1800, abandonado, encontrava-se em ruínas. Nova restauração foi providenciada em 1817, ano em que foi ocupado pelas forças do padre Tenório, no contexto da Revolução Pernambucana(1817). SOUZA (1885), à época (1885), atribuiu-lhe vinte e três peças, apontando-lhe a ruína.[13]
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