Vestígios de Portugal
Forte de São Marcelo
Forte de São Marcelo visto do Elevador Lacerda,Salvador, no centro da baíaConstrução Governador Geral Diogo de Mendonça Furtado (c. 1623)
Estilo Renascentista
Conservação Razoável
Aberto ao público
Forte de São Marcelo, Salvador: mapa de localização.Restituição da Bahia (Albernaz, 1631): detalhe onde se observa a primitiva traça do forte (3).
O Forte de São Marcelo, também conhecido como Forte do Mar[1] e que já foi também designado Forte de Nossa Senhora do Pópulo, localiza-se em Salvador, capital do estado brasileiro da Bahia.
Erguido sobre um pequeno banco de arrecifes a cerca de 300 metros da costa, fronteiro ao centro histórico da cidade, destaca-se por se encontrar dentro das águas, como o Forte Tamandaré da Laje, no Rio de Janeiro, e ser o único de planta circular no país, inspirado no Castelo de Santo Ângelo (Itália) e na Torre do Bugio (Portugal).
História
A primitiva concepção desta fortificação remonta a 1608 com risco do engenheiro-mor e dirigente das obras de fortificação do Brasil, Francisco de Frias da Mesquita. Alguns autores, porém, atribuem o seu risco inicial ao engenheiro-mor de Portugal, o cremonense Leonardo Torriani, em 1605. Encontra-se figurada por João Teixeira Albernaz, o velho em "um retângulo de pergaminho em que se vê o projeto de edifício e do forte sobre a lajem do porto, que se há de fazer. Quem soerguer este retângulo de pergaminho vê a dita lajem desenhada na folha maior", a ser artilhado com seis peças, no formato de polígono quadrangular regular.[2] Num outro exemplar da mesma obra, o referido projeto já está definitivamente incorporado ao desenho da planta,[3] o que indica que o início da sua construção é posterior a 1612.
Terminado em 1623, no Governo-Geral de D. Diogo de Mendonça Furtado (1621-1624), esteve inicialmente artilhado com dezenove peças de diversos calibres.[4] Durante a invasão holandesa de 1624, foi a primeira praça ocupada pelos conquistadores, que dele dispararam as balas incendiárias que aterrorizaram os moradores da cidade, facilitando a invasão. Anos mais tarde, entre abril e maio de 1638, durante a tentativa de invasão do Conde Johan Maurits van Nassau-Siegen (1604-1679), também teve papel decisivo, logrando manter a esquadra holandesa a distância.